Não sou escritor, mas um caçador de palavras, e assim vou construindo meu cantinho. Quase não há novidades, porque as palavras estão em crise. Não chega ser uma crise natural, mas pensada por uma ideologia.
As
lindas palavras, não moram nos lugares onde frequento. Elas estão protegidas
por muros, poucos têm acesso, e esses raramente deixam escapar algumas.
Vou
cavando, trabalhando e sendo explorado, para no início do mês, sentir-me mais
alfabetizado. Dura apenas uma semana e, logo, sinto que devo desistir.
Jornada
dupla não é fácil, conheço muito caçadores, só que alguns estão se desviando e
seguindo caminho contrário.
Se
venderam e fazem um trabalho sujo, por palavras brilhantes, que vão garantir,
não só seus futuros, mas de filhos e netos.
Luto
quase só, prefiro assim, tenho medo! Não conheço as pessoas sem sua mascaras,
todos temos um preço. Temos?!
Final
do dia, sempre o mesmo, o seu início também.
Antes
de chegar em casa, as luzes cegas dos postes, escondem os buracos e as sujeiras
da rua. Vejo minha triste casa, sua camisa está desbotada, os moveis de bengala
e o chão precisando trocar a dentadura.
Vida
de mestre de palavra, vida de caçar palavra, me sujeitarei a um preço? O que
direi a meu filho e minha esposa, que esperam por mim, fingindo estar dormindo?
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