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Itu, São Paulo, Brazil
José Humberto de Lima. Estado não de onde fui criado, Porém, de nascimento. Que seria de mim hoje, Se aos cinco anos, Não tivesse te deixado. Paraíba! Será, que um grande fazendeiro? Será, um escritor de cordel? O que tu tinhas, para me oferecer? Naquela seca, onde nem chorar podia eu, Porque minhas águas deixaram de minar. Paraíba! Aqui em São Paulo, A qual essa amante encontrei, Coisas boas não me ofereceu. Entretanto minha força sugou, Só me restou o dom de escrever, Que de herança confesso, adquiro de Ti. Aí, sou neto de Cecília e Severino do Cangaço, Que teve um filho padre, pessoa importante. E sou filho de um tal Migué, Que com muito esforço e trabalho, Trouxe para cá seus filhos e sua mulher. Cá não valho nada, sou conhecido de pseudo-zé. Arrependido encontro eu, Maculei o que era eterno, Ajoelhado clamo a Ti, mil perdões. Não esquivei, baixei minha guarda, Pois é junto de Ti que devo ficar. Paraíba!

ESCRITA

ESCRITA
Coloco aqui fragmentos da vida, alguns textos foram escritos, em momentos que sentia as palavras acariciando-me, porém toscas, precisando ser lápidas, e confesso que estou tentando, mas ainda não esculpi nenhum diamante. Todavia, não desisto de escrever, porque só assim, sei que estou respirando.

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quarta-feira, 25 de maio de 2016

25.05.2016


Antes de ser porteiro, trabalhei quase um ano de limpador: faxineiro mesmo. E uma das conversas com meus colegas de serviço, chamou-me atenção. Foi quando estava começando. Um rapaz nos disse: 


– Sou grato está empresa. Mandei currículo para várias firmas e, está foi a única que me chamou.


Aí comecei a pensar, mas de imediato fui interrompido, porque ele continuou:


– Eu não sei ler, esse foi o motivo das outras não ter me empregado, acho tão bonito as pessoas que sabem ler. Hoje estou feliz, o supervisor me chamou e disse que subirei de cargo, limpador de vidro.


Entendi a felicidade dele, todos demos os parabéns, mas havia uma tristeza dentro de mim, igual há agora. A promoção de cargo: trabalhar mais pelo mesmo salário. Igual a ele fiquei contente, com a promoção, aprendi a ser porteiro. Não só isso, outras possibilidades, dentro de mim se afloraram. E desde então, me capacito para elas.


O que me chamara a atenção, não fora a nossa transição de cargo. Mas o modo como proferiu, “acho bonito quem sabe ler”.


Alguém lhe tirou o direito de no mínimo, aprender a ler, e com isso, seus sonhos foram minimizados.


Talvez esteja errado por ser porteiro ou por ter sido um faxineiro, quem dá ouvido a esse tipo de gente, que tem serviço de gente e, quer ser tratado como gente?


Mas ao racionar o conhecimento, dizendo o que uma determinada classe deve aprender, também seus sonhos são racionados.


É o que nos apresentou Vygotsky com a “zona de desenvolvimento proximal”. Começo pelo mais fácil, e a cada desafio, me desestabilizo. É preciso se equilibrar, e para isso me lembrarei da última lição aprendida, e a cada novo exercício vencido, desenvolvo habilidades. 


Só que em determinada classe social, as lacunas são incompletas, levando os alunos “indivíduo”, a não só desestabilizar, mas ao abandono e, acaba sendo jogado, junto com a galera: uma mão de obra barata e, incapaz de ler e pensar. 


Quem são os culpados? Os pais, a sociedade ou o Governo?

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